O garoto chegou à praça, abatido pela tristeza e consumido pela fome, enfiou a mão no bolso e entregou seus últimos trocados por um pedaço de bolo e uma bebida quente. Quando ia se banquetear, percebeu que o velhinho a sua frente parecia estar com fome. Sentou-se ao seu lado e, sem dizer nada, repartiu a refeição. Os olhos do ancião brilharam, e o seu rosto esboçou um sorriso, o mais lindo sorriso que um velho poderia dar. O coração do garoto se iluminou, ele jamais vira tamanha beleza.
Quietos, lado a lado, compraziam-se na companhia um do outro enquanto observavam os pássaros, as grandes árvores e as pessoas que passavam apressadas. A noite caía quando o menino se deu conta que já deveria estar em casa. E levantando-se, abraçou, com toda a força daqueles bracinhos pequeninos, o seu novo e velho amigo.
Quando a mãe o viu chegar tão tarde e tão feliz, perguntou-lhe o que tinha acontecido. Ao que ele respondeu:
- passei o dia com Deus... Olha mãe! Ele tem o sorriso mais lindo que eu já vi.
E então o ancião chegou em casa, sua mulher perguntou: - porque você está feliz?
O velho respondeu:
- Hoje, estive com Deus!
Ante o espanto de sua esposa, ele sorriu e completo:
- Jamais pensei que ele fosse tão jovem.
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